A exposição “Corpo Abstração e Linguagem na Arte Portuguesa” estará patente no Museu de Aveiro, de 12 de setembro a 1 de dezembro, com um conjunto de obras provenientes da Secretaria de Estado da Cultura (SEC) em depósito no Museu de Arte Contemporânea de Serralves e na Câmara Municipal de Aveiro.
A Coleção de Arte Contemporânea do Ministério da Cultura, denominada por Coleção SEC, começou por obras de arte resultantes do apoio a artistas com exposições na Galeria Nacional de Arte Moderna da Sociedade Nacional de Belas Artes, em Lisboa, e aquisições feitas pelo Estado Português.
Inicialmente compilada em 1976 com a extinção e a fusão de vários serviços e organismos, conta com 1115 obras inventariadas pela Direção-Geral das Artes (DGArtes) em 1992. A partir de 1990 foi dispersa por várias instituições na sequência de protocolos de depósito, comando ou de cedência. Nomeadamente, com a Fundação Serralves que detém 550 peças, o Centro Português de Fotografia, a Fundação Centro Cultural de Belém, a Câmara Municipal de Aveiro e a Universidade de Aveiro.
O espólio encontrava-se afeto à DGArtes e a partir de 11 de julho de 2017 ficou sob a alçada da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC). O despacho determina ainda que a DGPC em colaboração com DGArtes analisem e avaliem os protocolos existentes. Além de assegurar o desenvolvimento e execução da política museológica nacional, a par da gestão e conservação do património.
A Câmara Municipal de Aveiro recebeu o acervo de mais de 200 exemplares (pintura, escultura e fotografia) em 2006, da Secretaria de Estado da Cultura, ao abrigo de um protocolo entre o Município, a Universidade de Aveiro e o então Instituto das Artes/Ministério da Cultura. As obras produzidas entre 1960 e 2000 são de diversos artistas, tais como, Júlio Resende, Carlos Calvet, João Charters de Almeida, António Sena, Almada Negreiros, Carlos Botelho, Armanda Passos, Vieira da Silva e Bernardo Marques, entre outros. As expressões artísticas de referência são o abstracionismo, expressionismo, realismo, pop art, arte conceptual e modernismo, a destacar.
Entre as pinturas cedidas ao Município de Aveiro – provenientes da Secretaria de Estado da Cultura e propriedade do Estado Português -, de realçar a obra ícone nacional, de Helena Vieira da Silva, expressamente dedicada ao 25 de Abril, denominada “Liberdade”, mas muitas vezes é identificada por “Árvore da Liberdade”. A peça representa este elemento da natureza que, por analogia com uma árvore de fruto, fez brotar em seu lugar as letras maiúsculas que formam a palavra “Liberdade”.
Em 2015 parte do espólio que se encontra na Fundação Serralves, no Porto, foi exibida no Museu do Chiado, em Lisboa. Já Aveiro tem exposto, ora numa sala do Museu da Cidade especificamente dedicada a este acervo, ora em exposições temporárias, uma parcela da coleção.
O Município de Aveiro aderiu ao Conselho de Fundados da Fundação Serralves (2017) e apresenta assim uma exposição no Museu de Aveiro, de 12 de setembro a 1 de dezembro, com algumas das obras de Serralves de artistas como Manuel Baptista, Eduardo Batarda, René Bertholo, Alberto Carneiro, José de Carvalho, José Pedro Croft, António Dacosta, José de Guimarães, Álvaro Lapa, Graça Morais, Júlio Pomar, Paula Rego, António Sena ou Nikias Skapinakis. Das obras da coleção SEC em Aveiro e que vão integrar a mostra, estão entre outras, as de Joaquim Bravo, Charters d’ Almeida, Julião Sarmento, Noronha da Costa e Vieira da Silva.
As obras escolhidas para exposição atestam os diversos níveis de diálogo e confluência formais que os artistas portugueses souberam estabelecer entre si e com o contexto internacional a partir do pós-guerra. Este projeto, segundo Miguel Capão Filipe, Vereador da Cultura da Câmara Municipal de Aveiro, visa “posicionar – a partir de Aveiro – uma nova centralidade de Arte Contemporânea em Portugal”.
“A afirmação estratégica de Aveiro nos circuitos nacionais e internacionais de arte contemporânea toma particular relevância no âmbito da candidatura a Capital Europeia da Cultura 2027”, refere o Vereador da Cultura de Aveiro, concluindo que “este projeto de e em Aveiro – tem materializado a descentralização efetiva da oferta cultural”.
Fonte da Foto: Edição nº61 Agosto 2018
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