Missão impossível, não é? Prometemos que é um dia de cada vez e uns melhores que os outros. Não há uma receita milagrosa e nem sempre o que funcionou ontem irá funcionar amanhã. Aliás o melhor é mesmo ter uma mente aberta e capacidade de adaptação semelhante à do camaleão.
Por todo o país as escolas fecharam para proteger as crianças e os profissionais de educação. De modo a evitar a propagação do coronavírus, muitas são as empresas que permitiram aos seus trabalhadores manter um regime de teletrabalho.
Muito bem, até aqui fantástico, vou trabalhar em casa!!, mas a alegria pode durar pouco se nos lembrarmos de que vivemos na mesma casa do que os nossos filhos. É só um detalhe, claro, mas a ideia de trabalhar em casa com os miúdos pode parecer mais perigosa e desesperante do que o vírus em si… Mas somos exímios em adaptação, certo?
Como estabelecer uma rotina de teletrabalho, estando em casa com crianças?
- A produtividade laboral será menor
Não vamos conseguir fazer tudo aquilo que tínhamos planeado, portanto identifiquem as prioridades e coloquem-nas como meta. De nada vale a frustração numa fase como esta. Não só a nossa produtividade será menor como também os nossos horários de trabalho precisam de ser ajustados. No escritório, não temos crianças aos gritos, desesperadas por atenção ou a pedir-nos que brinquemos com elas, por isso cumprir o horário das 9h às 18h é peaners. Uma vez que existem equipas de trabalho com colaboradores com crianças pequenas, sugerimos que o ideal é parcelar o trabalho.
- Quem tem que se adaptar somos nós, e não eles
As crianças não entendem, ou não têm a maturidade de processar, como nós, o que é o COVID-19, o porquê de estarmos fechados em casa, quais as implicações do vírus nas redes familiares e na economia, as saudades dos amigos da escola, a quebra na sua rotina. Somos nós quem tem que os ajudar, criando condições para manter a normalidade, na medida do possível.
- Organizem-se!
Para orientar toda a família e criar harmonia, façam um horário que vos sirva de guia para manter a rotina organizada. Podem fazer download de sugestões online (links no fim do artigo), ou inspirarem-se para desenhar o vosso plano e organizá-lo juntos, respeitando as vontades de cada um. Se preferirem orientá-los, deixem-nos escolher entre duas atividades ou opções diferentes. Estarão a conferir-lhes a sensação de responsabilidade e de importância. Não se esqueçam de pendurar o plano à vista de todos, e relembrá-lo diariamente às crianças: é importante para as crianças antecipar aquilo que vai acontecer, porque se sentem mais seguras e conseguem estruturar melhor o seu pensamento.
- Mantenham (o mais possível) as rotinas como se fosse um dia normal de trabalho
Acordem à mesma hora, façam a vossa higiene, vistam-se, etc… Trabalhem duas horas de manhã, tentando conciliar esse momento com uma atividade pedagógica que as crianças possam fazer sozinhas, ainda que sob orientação, como por exemplo, desenhar, colorir, recortar, colar.
No caso dos mais velhos (em idades escolar), dêem continuidade aos projetos da escola, desafiem-nos a aprender algo novo, deixem-nos explorar os sites das editoras dos manuais escolares, temporariamente gratuitos e com imensas atividades para os miúdos estudarem: do pré-escolar ao 12º ano!
Em último caso, pode haver uma “caça ao tesouro” na garagem ou arrecadação à procura de “antiguidades” naqueles caixotes por lá perdidos, eles vão adorar encontrar fotos nossas e dos avós antigas, um jogo velho que afinal ainda gostam de jogar!
- Como manter a sanidade mental dos adultos, também?
A nossa preocupação, nesta fase, são as crianças, mas é fundamental não nos esquecermos de que também estamos a viver um período de indefinição que nos altera as rotinas e nos pode causar bastante ansiedade, principalmente se não estivermos habituados ao teletrabalho. Por isso, é fundamental estabelecer algumas regras para nos mantermos sãos, produtivos e bons pais, tudo ao mesmo tempo:
– Planear blocos de trabalhos para ajudar na produtividade e garantir pausas para arejar (não se preocupem em pôr lembretes e apps para fazer pausas no trabalho, que os miúdos encarregam-se disso!);
– Fazer pausas sem ecrãs: aqui reside um grande dilema! Preparem um lanche rápido, liguem para um amigo ou familiar (ainda mais importante atualmente, para saber como estão e para manterem o contacto social ao telefone), adiantem tarefas domésticas, como colocar uma máquina para lavar e retirar a roupa da máquina no descanso seguinte, ou para fazer um castelo de plasticina;
– Se viverem com outra pessoa que também está em teletrabalho, definam uma divisão de espaços para não saturar a convivência (pode ser mais difícil com as crianças, mas quatro mãos trabalham melhor do que duas), aproveitem a presença do outro super-pai e dividam-se; um trabalha, o outro brinca, e depois trocam.
– Programem um momento do vosso dia para fazer exercício físico em família: preparámos um artigo com várias sugestões neste campo:
– Lembrem-se que no trabalho têm, pelo menos, uma hora de almoço para descansar a cabeça – mantenham essa pausa em teletrabalho, é vital;
– Determinem uma hora para desligar o computador; a ideia é não ficar permanentemente a trabalhar (é válido também para famílias que necessitam de adaptar a rotina para estar com os miúdos – se vão trabalhar duas horas à noite, são duas horas e ponto final, amanhã há mais).
Por fim, e porque o nosso corpo é o nosso motor – respirem fundo, façam meditação, yoga ou exercícios de relaxamento, e lembrem-se: é só uma fase, vamos todos ficar bem, e em breve o teletrabalho com crianças será só uma memória divertida.
Mais informações em:
Mapas de organização da família
Ministério da Saúde: plataformas com histórias e atividades
10 conselhos para os pais acompanharem as aulas dos alunos em tempo de COVID-19
Plataformas Digitais das Editoras: aula digital e escola virtual
Visitas virtuais a Museus
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