A Universidade de Aveiro (UA) e o Instituto de Telecomunicações (IT) participam no projeto de construção do maior radiotelescópio do mundo. Designado Square Kilometre Array (SKA) será construído em janeiro de 2021, com um investimento global de cerca de 900 milhões de euros.
Portugal está a participar no projeto do SKA, neste momento, ao nível do “design das tecnologias que vão servir o radiotelescópio”, revela Domingos Barbosa, coordenador da infraestrutura nacional de investigação “Engage SKA”, ligada à iniciativa do radiotelescópio, e investigador do pólo do IT, em Aveiro.
Apesar de a construção do SKA estar prevista para o início de 2021, o coordenador da “Engage SKA” confirma que “os dados científicos em massa”, gerados pelo projeto, “só chegarão daqui a cinco ou seis anos” e que, no âmbito da sua participação neste observatório que envolve outros países, Portugal deve apostar na supercomputação.
“Até lá, temos que saber trabalhar em supercomputação, temos de ter cientistas capazes de analisar os dados, de fomentar a convergência da supercomputação, aquilo a que se chama ‘big data’ e que já é feito pelos gigantes das redes sociais”, alerta Domingos Barbosa, frisando que o país está a tempo de apostar nessas valências.
A construção do maior radiotelescópio do mundo, projeto que vai permitir rastrear mil milhões de galáxias, envolve, para já, a instalação de “200 antenas parabólicas na África do Sul e 130 mil antenas do tipo dipolo (parecidas com as antenas de televisão) na Austrália”, explicou o investigador do pólo do IT, em declarações à agência Lusa.
Oblivion é o supercomputador adquirido no âmbito do “Engage SKA”, por ser a máquina que, atualmente, tem uma “performance” equivalente à da combinação de mil e duzentos computadores equipados com CPU de alta gama. A máquina, pertencente à Universidade de Évora, teve um investimento de um milhão de euros e “é capaz de processar 239 milhões de milhões de operações por segundo, com um custo energético muito baixo, afirma Miguel Avillez, coordenador da academia alentejana.
O “Engage SKA”, com quatro milhões de euros de financiamento, é a interface da comunidade científica nacional ao SKA e é liderado pelo IT de Aveiro, integrando também as universidades de Évora, Aveiro, Porto e Coimbra, Instituto Politécnico de Beja e Associação RAEGE Açores.
Fonte da foto: Zap AEIOU
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