ENTREVISTA ANTÓNIO OLIVEIRA
Ao longo de quase quatro décadas, António Oliveira tem-se dedicado a reinventar a empresa que dirige. A OLI é líder ibérica de autoclismos e estuda diariamente soluções para reduzir o consumo da água.
Para o presidente do conselho de administração, o futuro da empresa aveirense passa por ser responsável por um espaço de banho hidricamente mais sustentável e mais inclusivo.
A OLI tem mais de 60 anos. Quais considera terem sido os momentos de impulso que permitiram o crescimento da empresa?
Destacamos quatro momentos decisivos. Em 1980, o início da produção de autoclismo. Em 1992, a estreia na internacionalização. Ainda em 1992, a criação da dupla-descarga do autoclismo, uma solução que se encontra hoje em todo o mundo e é responsável pela poupança de água na ordem dos 50%. Em 2007, a implementação do sistema Kaizen que permitiu conquistar uma eficiência organizacional.
O que significa para si, a OLI ter conquistado o estatuto de única empresa portuguesa a produzir autoclismos interiores?
A OLI lidera em Portugal a produção de autoclismos e de soluções de banho e essa liderança só pode significar uma responsabilidade acrescida e o compromisso permanente com a excelência.
Presença em mais de 70 países de todo o mundo. Quais os principais destinos?
O principal destino é a Europa (63%).
Onde gostaria de estar num futuro próximo?
Num futuro próximo gostaríamos de crescer no Médio-Oriente e na América Latina.
80% da produção é destinada à exportação. As diferenças culturais entre países alteram o tipo de produto comercializado?
Acreditamos, sobretudo, que é a cultura de rigor e excelência, a diferenciação dos produtos e o posicionamento de valor da marca, que nos distingue no mercado global.
Como avalia o mercado português?
Apesar de Portugal ter enfrentado a mais violenta crise do setor da construção e imobiliário dos últimos anos, não desistimos do mercado nacional e continuamos a investir em melhores soluções, apresentando novos produtos que potenciam a redução do consumo de água.
Esperamos que o setor continue a recuperar e a apostar, cada vez mais, em soluções inovadoras que resultem em maior sustentabilidade hídrica e na inclusão de todas as pessoas no espaço de banho, conferindo autonomia, conforto e segurança.
Uso regrado da água; produtos silenciosos; soluções para pessoas com mobilidade reduzida. Estas preocupações são o segredo para o sucesso da OLI?
A OLI vive focada em dois objetivos: eficiência hídrica e inclusão.
Sente que existe uma maior consciência por parte dos consumidores sobre o ambiente. Em que país considera que a sociedade está mais preocupada com este tipo de questões?
Sentimos que os mercados que mais valorizam a inovação sustentável são os países desenvolvidos, sobretudo do norte da Europa.
Forte aposta na Investigação, inovação e desenvolvimento. Qual a importância desta aposta?
Atualmente uma equipa de 20 colaboradores dedica-se exclusivamente à área da Inovação e trabalha em parceria com universidades e centros de investigação nacionais. Nos últimos cinco anos o investimento nesta área fixou-se em 10 milhões de euros. Hoje, temos 40 patentes ativas na Europa e somos, pelo segundo ano consecutivo, a empresa em Portugal que mais pedidos de patentes efetuou ao Instituto Europeu de Patentes.
Como encara o futuro da OLI? Projetos futuros?
Esperamos que no futuro, a OLI seja responsável por um espaço de banho mais sustentável hidricamente – com alternativas adequadas à água potável – e mais inclusivo, conferindo autonomia, conforto e segurança às pessoas com mobilidade reduzida.
O design também tem uma palavra a dizer…
O Design é naturalmente importante numa marca global como a OLI e, nos últimos anos, a nossa aposta neste domínio tem crescido, através de parcerias com autores de referência.
Como o caso dos arquitetos Siza Vieira e Souto Moura. Qual a importância de fazer projetos com os maiores nomes da arte nacional?
Trabalhar com os arquitetos Siza Vieira e Souto de Moura é inspirador, pelo talento e paixão, e desafiante, pela competência e rigor.
A OLI está ligada à cidade de Aveiro e à sua evolução. Como considera ter marcado a cidade?
A cidade tem, naturalmente, vida e personalidade próprias…
Procurámos, com o dinamismo económico da OLI (que é o da cidade e da região) ajudar a economia local a crescer e a afirmar-se por fatores de diferenciação positiva, ajudando, esperamos, a que a qualidade de vida seja cada vez melhor.
Que retrato faz da cidade de Aveiro nos dias de hoje?
A cidade de Aveiro sofreu os efeitos da crise económica dos últimos anos. Sendo uma cidade com um pendor industrial muito grande, seria inevitável que sofresse as consequência da crise recente e, mais atrás, da tendência de desindustrialização que experimentou a sociedade portuguesa.
Perdemos riqueza e competências que, dificilmente, voltaremos a recuperar. Infelizmente nota-se alguma degradação de algumas infraestruturas (a viária principalmente), mas acreditamos que… melhores dias virão! Haveria necessidade de maior dinamismo da sociedade civil!
/CURIOSIDADES
Líder ibérica na produção de autoclismos
VOLUME DE NEGÓCIOS EM 2014: 57 milhões de euros
NÚMERO DE COLABORADORES: 400 em Portugal e Itália
PRODUÇÃO DIÁRIA: 7800 autoclismos e 28 mil mecanismos
INTERNACIONAL: exporta para 70 países dos 5 continentes
/Vídeo Institucional OLI
Fonte das Fotos: Litoral Magazine Edição nº51 Fevereiro 2016
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