No mês de janeiro Albergaria-a-Velha recebeu cinco dias de riso e arte no 6º Risorius, um festival que reuniu no Cineteatro Alba e na Biblioteca Municipal diferentes formas de humor e que juntou mais de uma dezena de artistas.
Em 2012, e depois de terem participado no programa 5 Para a Meia Noite da RTP, a dupla de humoristas Carlos Vidal e Diogo Miguel decidiram criar um festival de humor e trazer boa disposição à cidade. O espetáculo, intitulado Sketches de Porco Preto, realizava-se anualmente no Cineteatro Alba, e misturava nomes de referência nacional do stand-up. Depois de três edições de sucesso, nasceu o Risorius, um festival que ao humor junta exposições, conversas, música, teatro e até cinema. A iniciativa surge da parceria entre o município e o humorista albergariense Carlos Vidal, e pretende descentralizar os grandes eventos nacionais, como explica à Litoral Magazine Pedro Teixeira, programador cultural do Cineteatro Alba, “o município de Albergaria-a-Velha avaliou existirem condições para desenhar um festival mais alargado que pudesse vir a ser um dos mais importantes do país”. Segundo o programador, o Risorius tem como missão “permitir ao público outros olhares da vida, do mundo e da sociedade.
Esta perspetiva acontece predominantemente pelo prisma do humor e de todos os ingredientes que o compõem, como a negação deste, a ironia, a sátira, assim como em todas as expressões artísticas, sejam elas performativas, plásticas ou de outra índole”.
Luís Franco-Bastos, António Raminhos, Aldo Lima, Salvador Martinha, Ricardo Araújo Pereira e Eduardo Madeira foram algumas das personalidades que passaram, nos últimos anos, pela sala de espetáculos da cidade. Este ano, há extensa lista juntaram-se nomes como Fernando Alvim, Pedro Santos, João Moreira, Rui Unas, Ana Bola e o jornalista e criativo Miguel Somsen.
A 6ª edição decorreu nos dias 20, 25, 26, 27 e 28 de janeiro, e contou com uma novidade: uma espécie de aquecimento, através da realização de dois espectáculos que decorreram no fim de semana que antecedeu o festival. “Com o humor não se brinca – o Podcast”, de Fernando Alvim e Nelson Nunes e “O curso de humor Mr. Cimba”, dos criadores de Bruno Aleixo. O primeiro começou por ser um livro, nascendo mais tarde a versão podcast, que consiste em entrevistas a guras ligadas ao humor e onde se pretende falar abertamente sobre ele. A sessão contou com a participação especial do humorista João Carlos Cunha. Já o segundo projeto, da autoria de Pedro Santos e João Moreira, os criadores de Bruno Aleixo (uma personagem de animação digital português, apresentador do talk show “O programa do Aleixo”), baseia-se na simulação de um workshop ao vivo, que visa caricaturar os cada vez mais comuns cursos de humor e stand-up.
A arte de fazer sorrir
“Nicles Batatóides” foi o tema da conversa que juntou Rui Unas, Beatriz Gosta, Rosinha e Carlos Vidal. No dia seguinte, os desenhos artísticos sobre problemáticas políticas e sociais de Vasco Gargalo foram apreciados na sala de exposições em “Ensaios Sobre a Atualidade”. No mesmo dia, mas à noite, César Mourão apresentou o seu espetáculo sobre improviso, onde a interação e a surpresa foram os ingredientes principais.
O festival recebeu ainda a exposição “O desenhador que não sabia o que desenhar” do cartoonista Hugo van der Ding [nome artístico], autor de “A Criada Malcriada” e da “Cavaca a Presidenta”. O humorista juntou-se mais tarde ao jornalista Miguel Somsen para uma conversa/ofícina sobre o livro “Resumo de 2017 para todos – Fátima, futebol e outros festivais”. A obra é uma compilação de textos da rubrica “Resumo da semana para totós”, publicados por Miguel Somsen no Facebook e ilustrados por Hugo van der Ding. Miguel Somsen é jornalista há 20 anos. Atualmente é responsável por uma equipa de copys da direção criativa na TVI.
De regresso ao Cineteatro Alba, Carlos Vidal, Ana Bola, Luís Filipe Borges e Vasco Correia apresentaram um espectáculo que misturou stand-up comedy e teatro.
Como já é tradição, o Risorius – Festival de Humor e Arte de Albergaria-a-Velha encerrou a programação com uma sessão de cinema. Este ano o filme escolhido foi “São Jorge”, de Marco Martins e Ricardo Adolfo, com interpretação de Nuno Lopes, vencedor do prémio Orizzonti de Melhor Ator no Festival Internacional de Cinema de Veneza.
Fonte da Foto: Edição nº59 Fevereiro 2018
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