Os Jogos Olímpicos de Tóquio contarão com um software desenvolvido em Aveiro, uma “ferramenta” única a nível mundial que será utilizada na competição de surf.
Miguel Almeida, Rui Félix, Vasco Ramalheira e Luís Ferreira já se encontram na praia de Tsurigasaky, na província de Chiba (a 90 quilómetros de Tóquio), com o software informático que irá apoiar o julgamento da performance dos surfistas nas olimpíadas.
Tudo começou em 1995 quando Rui Félix, membro da Associação de Surf de Aveiro, desafiou Miguel Almeida (Engenheiro de Eletrónica e Telecomunicações formado pela Universidade de Aveiro) e António Campos (programador autodidata) a desenvolverem um programa informático de apoio ao julgamento em competições de surf.
A primeira versão do software foi utilizada no Mundial de Bodyboard em 1996
Em conjunto com mais três elementos da Associação de Surf de Aveiro, na altura juízes da Federação Portuguesa de Surf – Vasco Ramalheira, Orlando Duarte e Luís Ferreira – depois de muito trabalho e testes, conseguiram que a primeira versão do software fosse utilizada, com sucesso, durante a competição do Mundial de Bodyboard, que aconteceu em 1996, na praia de São Jacinto. O software começou por ser utilizado em provas de surf nacionais e rapidamente foi implementado internacionalmente.
Em 2008 a Refresh Technology foi formalmente constituída como empresa e foi exatamente nesse ano que o software foi utilizado pela primeira vez numa competição da International Surfing Association (ISA) – World Surfing Games, que decorreu em Portugal.
Como funciona o software?
“O software da Refresh Technology começa por, com base nos atletas inscritos numa competição, construir as séries e o formato de progressão da prova”, refere Miguel Almeida, responsável por todo o desenvolvimento informático dos softwares da Refresh Tecnhology.
“Durante a competição, são disponibilizados tablets individuais aos juízes para colocação das pontuações de cada onda concluída pelos surfistas e que ocorre a nossa aplicação mobile, sendo depois transmitida para um computador onde o software calcula a média da onda e, a posição que o atleta ocupa na série, mostrando ainda qual a pontuação que o atleta deve conseguir para melhorar a sua posição. Toda esta informação é colocada à disposição dos surfistas que estão na água pelo speaker de praia. Através da internet é disponibilizada toda a informação compilada pelo software: resultados ao vivo, baterias de uma ou mais categorias competitivas (masculino, feminino, juniores, etc), estatísticas e se for o caso disso o ranking individual ou de países”, explica Miguel Almeida.
Sistema de “vídeo-árbitro”
Para complementar o sistema de pontuações, a Refresh Technology dispõe de um inovador e muito aclamado sistema de “vídeo-árbitro”. “O nosso Vídeo-Replay permite ao chefe de juízes da competição ter acesso imediato a qualquer onda surfada na prova, de forma a possibilitar aos juízes o rápido visionamento de uma onda acabada de concluir, mas, mais importante do que isso, a rápida comparação dessa mesma onda com outra onde de qualquer outro surfista”, acrescenta Miguel Almeida.
O sistema, considerável fiável e de fácil utilização, é utilizado por muitas federações a nível mundial há alguns anos.
Fonte da Foto: Diário de Aveiro
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