Milene Matos vence prestigiados prémios internacionais na área da conservação.
Bióloga da Universidade de Aveiro foi a primeira conservacionista portuguesa a receber o prestigiado galardão europeu da Federação Europarc, bem como o Prémio Internacional Terre de Femmes nas suas duas vertentes: o prémio atribuído pelo júri e o que resultou da votação do público.
Milene Matos, bióloga da Universidade de Aveiro, conquistou recentemente o duplo Prémio Internacional Terre de Femmes, ambos instituídos pela Fundação Yves Rocher. Pela primeira vez tais prémios vêm para Portugal e são atribuídos a investigadores portugueses. Foi com o projeto “Biodiversidade para Todos” da Mata do Buçaco que a investigadora recebeu tais distinções. Com este projeto Milene Matos tem como objetivo “usar o património natural, histórico e cultural inigualável da Mata Nacional do Buçaco como veículo para a construção de um serviço educativo com funções pedagógicas, mas também sociais e de promoção e proteção da biodiversidade”. Com o prémio Terre de Femmes, a Fundação Yves Rocher pretende homenagear o trabalho das mulheres que, por todo o mundo, contribuem para salvaguardar o mundo vegetal e para melhorar o meio ambiente, agindo simultaneamente para o bem-estar da sociedade. O Prémio Internacional permitiu que a investigadora incutisse um novo ímpeto ao projeto. Com o Prémio do Público, Milene Matos achou pertinente que, sendo este atribuído pelo público, deveria reverter novamente para o público, através de oportunidades educativas. Assim nasceu o prémio “UA – BIO Somos Todos”, uma parceria entre a Universidade de Aveiro e o projeto “BIO Somos Todos”, projeto de promoção dos valores naturais e da sustentabilidade coordenado por Milene Matos. O dinheiro do prémio garantirá a atribuição de uma bolsa, de valor correspondente ao pagamento de propinas de um mestrado da Universidade de Aveiro, durante dois anos. Desta forma o prémio visa contribuir para a promoção e o desenvolvimento da investigação científica no âmbito da sustentabilidade, nas suas três componentes: ambiental, económica e social. Em concreto, distingue uma proposta de trabalho de investigação ao nível de mestrado, na área da sustentabilidade, que se evidencie “pelo seu caráter inovador, utilidade pública, benefícios ambientais e potencial de replicabilidade”. Apesar de, para já, a bolsa apenas cobrir o valor de dois anos de propinas, Milene Matos espera poder vir a encontrar um mecenas que garanta a continuidade da iniciativa em anos posteriores. O júri será presidido pelo Reitor da Universidade de Aveiro Manuel António Assunção, pela própria Milene Matos e ainda por Carlos Fonseca, professor do departamento de Biologia da Universidade de Aveiro.
De salientar também que, no ano passado, Milene Matos recebeu um prémio europeu de conservação da natureza, atribuído pela Federação Europarc em cooperação com a Fundação Alfred Toepfer, intitulado “Alfred Toepfer Natural Heritage Scholarships”. Este prémio tem por objetivo galardoar jovens conservacionistas com provas dadas na área da conservação da natureza, em particular nas áreas protegidas da Europa. Esta é a primeira vez que este prémio é atribuído a um conservacionista português pela Europarc, uma das mais importantes instituições europeias no que toca à gestão e conservação da natureza e que representa 365 membros, entre departamentos governamentais, ONGs e áreas protegidas de toda a Europa. O prémio financia trabalhos de investigação em áreas protegidas europeias, em países que não o da residência do candidato. Neste caso concreto, a bióloga irá trabalhar em Espanha, no Parque Regional del Sureste, num tema que concilia a conservação com a ética, no contexto particular do controlo de espécies exóticas invasoras. Este prémio destina-se a reforçar a cooperação internacional, promovendo o avanço da investigação de qualidade, a inovação e a dimensão europeia da gestão de áreas protegidas.
Fonte da foto: Edição nº49 Agosto 2015
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