Miguel Salvadorinho – Arquitetura na primeira pessoa com assinatura Civilria
O seu traço destaca-se na região de Aveiro e prestigia alguns dos principais rostos da cidade.
Tendo cursado arquitetura da Escola Superior Artística do Porto, Miguel Salvadorinho ingressou na CIVILRIA em 2004 aquando da conceção do projeto do empreendimento Mirador.
Enquanto arquiteto residente na CIVILRIA, participou noutros projetos de relevo como a fachada e remodelação interior no Edifício Antas Premier no Porto, cujo projeto original era dos arquitetos João Paciência e Orlando Gaspar, o Edifício Lake II em Aveiro, o Edifício Urban Flat em Aveiro, o Edifício CNC Centro de Neurociências e Biotecnologia Celular em Cantanhede, o Edifício Vita Housing em Aveiro, ainda em execução e o Edifício São Gonçalinho em Aveiro, ainda em projeto.
Nas palavras de Miguel Salvadorinho “a arquitetura própria caracteriza-se essencialmente pelo rigor estético e estilístico, pela funcionalidade, inserção urbana e um respeito e adaptação social no meio de intervenção. Talvez pela influência da escola do Porto, a linguagem subjacente em todos os projetos prima pela simplicidade e linearidade. A máxima atribuída à arquitetura do Siza Vieira “a arquitetura é uma alegria para os sentidos e uma elevação para o espírito” tem uma ação coadjuvante na forma como projeto cada trabalho, onde a emoção, a luz e os sentimentos, estarão sempre presentes em cada edifício ou espaço urbano construído. A ausência de ornamentos, de simbologias e jogos cromáticos resultam em objetos arquitetónicos de geometria pura e aspeto monocromático, onde a importância essencial do projeto assenta na funcionalidade, não obstante a adaptação comercial ao cliente próprio da Civilria.”
Miguel Salvadorinho, como líder do gabinete de arquitetura da Civilria, refere ainda que o facto de o projeto emergir de um gabinete residente da empresa implica um equilíbrio formal, estético, económico e comercial, no sentido em que a relação entre cliente, projetista e promotor é tão valorizada quanto o rigor de estilo e de linguagem. Deste equilíbrio nasce o sucesso da marca Civilria.
Para Miguel Salvadorinho, “a intervenção de raiz é mais criativa do que aquela em que a preexistência dita adaptações formais e construtivas como são as recuperações. Apesar de ser maior o desafio quando se trabalha num objeto já existente que tem marcas, tem memória, a criação de uma forma e um conteúdo programático de raiz é mais motivante e mais gratificante para o arquiteto.
O mesmo se aplica quando se intervém na zona histórica, como é o caso do Edifício São Gonçalinho, apesar de Aveiro não ter zona histórica na verdadeira acessão da palavra, tem um aglomerado antigo, que se situa perto da Capela de São Gonçalinho, onde em breve se iniciará um edifício. O facto de haver no local uma capela classificada e edifícios de cariz vernacular implica um certo recolhimento na forma de projetar. Poderíamos construir sem constrangimentos estéticos, sendo no entanto preferível o respeito e adaptação pela envolvente imediata. Daqui resulta um edifício “à BeiraMar”, na sua relação entre cheios e vazios, com a predominância do cheio neste caso revestido a azulejo e o recurso a vãos mais altos e estreitos. Sem recorrermos a mimetismos exacerbados pretendemos com o Edifício São Gonçalinho dotar aquele espaço com duas fachadas não dissonantes das existentes e devolver à Beira Mar os tons e ritmos tão característicos da zona.”
Relativamente à cidade de Aveiro, Miguel Salvadorinho comenta que esta “sofre a doença de várias cidades que foram dizimadas pela construção rápida e feia de vários anos consecutivos, que se foi construindo mal e depressa e que consequentemente se deixaram feridas na cidade, quer no panorama edificado quer no próprio espaço urbano.”
Em contrapartida, refere que na Civilria “tentamos amiúde criar edifícios e espaços de qualidade onde a inserção urbana e respeito social prevalecem sobre outros valores. Há, no entanto, várias intervenções dignas de registo na cidade, quer do ponto de vista habitacional, mas também na intervenção urbana. Cabe também ao poder local ter um papel mais interventivo e adjuvante. O espaço urbano é o mais importante. Fazê-lo bem não é criar pontes suspensas, é fazê-lo com respeito e com rigor no sítio que é de todos e para todos.”
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