No ano em que o Museu Marítimo de Ílhavo (MMI) comemora o seu 80º. aniversário, realiza-se a edição de estreia do “Mar Film Festival”, o único festival de cinema existente no país sobre a temática marítima.
O mar serve de inspiração aos filmes a exibir no auditório do museu, nos dias 4, 5 e 6 de maio, numa organização da Câmara Municipal de Ílhavo, através do MMI, em parceria com o Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra.
O papel simbólico e referencial que o mar tem suscitado na criação fílmica de diversos países é uma das motivações para a realização do “Mar Film Festival”, que surge também devido à função histórica e cultural que a realidade oceânica continua a desempenhar no contexto português. O caráter identitário que o mar tem protagonizado em Ílhavo e na região de Aveiro levou a que o Museu Marítimo de Ílhavo se revelasse numa localização óbvia para a realização deste festival de cinema.
“O mar no cinema” é uma das secções do festival, onde serão exibidas obras ficcionais ou documentais, portuguesas ou estrangeiras, nas quais a relação temática com o mar é um eixo determinante para a compreensão das narrativas.
A presença de realizadores ou personalidades convidadas abrem um espaço de reflexão e de comentário – em interação com o público – sobre os filmes e o processo que conduziu à sua criação. Gonçalo Tocha e Pedro Magano são alguns dos realizadores convidados, a propósito de obras suas em exibição. Abílio Hernandez Cardoso, professor da universidade de Coimbra, e especialista em estudos cinematográficos é o convidado para encerrar o festival com a conferência “Águas filmadas: um lugar de morte ou espaço de liberdade?”.
A primeira edição do “Mar Film Festival” conta ainda com o concurso de curtas metragens “Novas Vistas Lumière”, que tem por objetivo proporcionar aos jovens, entre os 12 e os 35 anos, a oportunidade de desenvolverem as suas capacidades criativas no domínio da imagem em movimento.
O concurso “Novas Vistas Lumière” é uma competição que aceita curtas metragens de um só plano, mantém a maioria das características dos filmes Lumière, com pequenos ajustamentos, nomeadamente a utilização de novos meios de gravação que a tecnologia atual permite. Ao mesmo tempo, constitui um desafio criativo, porque impede os concorrentes de utilizarem algumas das possibilidades tecnológicas dos meios atuais, obrigando-os a concentrarem-se apenas na componente narrativa que a imagem contém.
No âmbito educativo irá decorrer a secção experimental “Memórias de RiaMar”, que consiste num projeto educativo a desenvolver por alunos do 3º ciclo do concelho de Ílhavo, com o objetivo de interagirem com pessoas que tiveram ligações às atividades marítimas, e de se situarem perante a memória e a identidade que carateriza a região que os rodeia.
“Cinema, Mar e Memória” é outra secção do festival que tem como foco mostrar e debater como é que o espaço marítimo da região de Aveiro tem sido utilizado como elemento criativo do domínio do cinema, e simultaneamente dar a conhecer realizadores com obras sobre o tema. Nesta edição, o cineasta escolhido é Vasco Branco, autor de várias dezenas de filmes, grande parte rodados no distrito – conjunto onde existe um número significativo sobre fainas e atividades desenvolvidas em torno do mar, da ria e das gentes da região de Aveiro.
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