A edição deste ano do Litoral Awards, evento que distingue o mérito e a excelência de marcas e personalidades da região Litoral do Baixo Vouga, foi novamente cancelada, segundo a organização, devido à atual situação pandémica.
– Acredita que a região fica a perder com a falta da iniciativa?
Não diria que a região fica a perder, mas é um acontecimento marcante, que permite aos cidadãos aveirenses conhecerem melhor a sua região.
– Sente que o evento é um estímulo para o crescimento e reconhecimento das marcas e personalidades da região?
Sinto claro, tendo em conta o que afirmei na questão anterior, sinto. Sinto que existe muita gente que fica a conhecer melhor “o vizinho do lado”, graças ao Litoral Awards.
É importante que todos se sintam reconhecidos de certa forma, pelas pessoas da área onde vivemos, pois, muitas vezes, como o ditado popular assim o diz “Santos da casa não fazem milagres”, ou seja, é essencial que não sejam só os de fora a reconhecerem, mas sim os nossos.
– Mais do que nunca não seria importante valorizar aqueles que lograram em tempos adversos?
Dadas as circunstâncias atuais, a organização da gala não quer condicionar as pessoas e originar ajuntamentos, mesmo com as recomendações e normas dadas pela DGS para os eventos pilotos. Não pretendemos dar origem a uma gala num formato diferente, teríamos dificuldades e seria penoso, sendo que enchemos o Teatro Aveirense com imensos convidados, selecionar apenas alguns, ter a lotação apenas a 50% ou 25%.
Simultaneamente, sabemos que houve empresas que lograram em prosperidade, não muitas, sendo que existiram bastantes que sentiram as dificuldades causadas pela pandemia, o que nos restringe também na garantia da receita necessária para realizarmos o nosso evento, ao nível nacional e ao nível exigente com elevada qualidade, que estamos habituados a realizar.
– Esta foi a segunda edição cancelada do evento. Em algum momento ponderou realizar uma versão online?
Desde o início que ponderámos, mas uma edição online feita com a mesma qualidade que a edição presencial tem um custo bastante avultado. São muitas horas de investigação e produção, os custos dos espetáculos musicais, dos apresentadores, com a realização em direto, que ao fazer a versão online, com um orçamento inferior, pode alterar o padrão de qualidade máxima, no qual estamos habituados a oferecer a região de Baixo Vouga. Tendo em conta estas circunstâncias, pretendemos regressar em 2022 com muita energia e muita força.
– Tendo em conta a situação atual, pretende adicionar alguma categoria que reflita a capacidade de reinvenção e o espírito lutador, que muitas marcas/empresas apresentaram este último ano, de forma a combaterem as dificuldades?
As categorias não são fechadas e nunca foram, ou seja, nós aceitamos sugestões. As sugestões surgem da Universidade de Aveiro, das Câmaras Municipais, dos membros do núcleo de conselheiros, da redação da Litoral Magazine, independentemente da área em que se inserem e expõem. Após recebermos as sugestões, criamos as diversas categorias nas quais elas se inserem, sendo uma interpretação da organização e vai à votação, por parte do núcleo de conselheiros.
– A pandemia teve um impacto bastante negativo no setor cultural, sendo visível o cancelamento de eventos e espetáculos um pouco por todo o país. Gostaria de falar sobre este assunto, que gera opiniões tão distintas e controversas?
A pandemia, de facto, teve um impacto e um reflexo negativo no setor da cultura, o que causou situações de elevado desconforto para muitos dos protagonistas particulares e empresariais do nosso país.
Todos devemos lutar para permitir que este setor, tão fundamental para a manutenção da nossa história e das nossas tradições, se recupere, mantenha e cresça rapidamente. Este esforço cabe a cada um de nós, mas não pode ser realizado a todo o custo. Para nós, regressarmos com o Litoral Awards numa situação deficitária, mais frágil, acho que iria danificar o patamar elevado, no qual construímos o evento. Falamos de um evento com cobertura nacional e com participação pública elevada, seria um elevado risco realizar um evento agora com todas estas restrições, com falta de meios e recursos, porque sabemos que não iriamos de forma alguma corresponder aos nossos níveis de exigência e ao padrão qualitativo que a região merece.
– O que pode a Litoral Awards fazer, de mais e de melhor, pela região Baixo Vouga?
A Litoral Awards já premeia o mérito e a excelência das marcas e personalidades da região, é o ADN do evento, é mostrar o que de melhor cada empresa, cada instituição ou cada personalidade faz. Gostávamos de manter este alinhamento, um alinhamento extremamente positivo, mas um dia, também gostaríamos de transformar o mesmo, num de apoio às empresas e instituições. Para tal é necessário, termos os recursos necessários, que até hoje ainda não conseguimos, relembro que é um evento a convite, mas que não tem qualquer tipo de custo, dado que ainda não temos um tipo de receita que nos permita apoiar, de forma significativa alguma instituição.
Queremos alcançar esse ponto, gostávamos bastante. Nesta fase é complicado, porém, sabemos que um dia lá chegaremos e todos os anos, analisámos e ponderamos opções, para que uma receita extra seja gerada, de modo apoiar alguma instituição que o mereça.
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