
António Nogueira, professor e investigador da Universidade de Aveiro é publicado num artigo, assinado por um consórcio internacional de investigadores, que analisa os fatores de stress antropogénicos como a pandemia COVID-19, na aquacultura mundial.
O artigo “The synergistic impacts of anthropogenic stressors and COVID-19 on aquaculture: a current global perspective” é publicado no periódico científico “Reviews in Fisheries Science & Aquaculture” (Artigo Científico na integra: 10.1080/23308249.2021.1876633) e foi assinado por investigadores de 54 países, incluindo membros de 4 continentes. Do consórcio internacional encontra-se o professor académico do departamento de Biologia e membro do Centro de Estudos do Ambiente e Mar (CESAM) da Universidade de Aveiro.
A iniciativa surgiu através da perceção que as medidas restritivas impostas para conter a propagação da COVID-19 têm tido consequências alarmantes e diretas nas mais variadas atividades económicas. Em maio de 2020, o consórcio decidiu avaliar os efeitos da pandemia na aquacultura, afirmando ser importante analisar “os efeitos prejudiciais da COVID-19 sob uma lente de stress múltiplo, concentrando-se em áreas que já sofreram perdas económicas devido a fatores de stress antropogénicos na última década”, presente no sumário do artigo. Os investigadores, como pressuposto para o estudo, aceitaram que os fatores, os motivos da crise sentida são múltiplos, sendo quase impossível isolar os mesmos, como seria de uma eventual avaliação dos efeitos da COVID-19 ou das alterações climáticas, sendo manifestações que ocorrem em diferentes magnitudes e frequências em diferentes países. O consórcio foi liderado pelo professor da Universidade de Palermo, Gianluca Sarà, parceiro também do projeto “FISHAQU – Knowledge Exchange in sustainable Fisheries management and Aquaculture in the Mediterranean region”, coordenado igualmente por António Nogueira e financiado pelo programa Eramus+.
As conclusões indicam, que os fatores de stress provocados pelo ser humano, neste caso as alterações climáticas, como também a pandemia, de acordo com o professor representam “desafios económicos significativos para os sistemas de aquacultura em todo o mundo, ameaçando a cadeia de abastecimento de uma das mais importantes fontes de proteína animal, com potenciais impactos desproporcionados sobre as populações mais vulneráveis.”. De referir as pequenas empresas dedicadas à aquacultura em regime de monocultura, entre as populações mais vulneráveis, suscetíveis a alterações nas cadeias de produção e distribuição, visto que os sistemas de aquacultura multitrófica integrada são mais resilientes. Estes sistemas funcionam em circuitos quase fechados, dado que os efluentes que nascem do cultivo de uma espécie são utilizados como input nos tanques para o surgimento de outra.
De momento, nesta etapa as conclusões do estudo, referem-se apenas ao conjunto de países analisados, sendo que os dados por cada país ainda não foram analisados pelo consórcio.
Fonte da foto: Universidade de Aveiro
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