A primeira edição do Prémio Internacional em Estudos Culturais Virgínia Quaresma, promovido pela Universidade de Aveiro (UA), congratulou Eduardo Lourenço a título póstumo com o prémio Carreira, uma distinção com o apoio da Rede Nacional e Internacional em Estudos Culturais, numa edição que conta com o patrocínio da Direção Regional de Cultura do Centro.
Eduardo Lourenço nasceu em São Pedro de Rio Seco, na Beira Interior, em 1923, e faleceu no passado dia 11 de dezembro. Tendo lecionado em França, Alemanha e Brasil, o professor foi um dos principais filósofos cuja obra contribuiu para a reflexão crítica sobre Portugal e Europa. Ocupou ainda o cargo de Conselheiro de Estado, tendo recebido diversos prémios, agraciado com várias condecorações, comendas, homenagens e honras académicas.
O reitor da UA refere que “A atribuição do Prémio Carreira a Eduardo Lourenço e do Prémio para a Melhor Tese de Doutoramento a um trabalho que aborda o papel da imprensa na reprodução das estruturas de género em Portugal pretende estimular a reflexão crítica em torno de algumas questões que são caras aos Estudos Culturais: o colonialismo e pós-colonialismo português, a lusofonia, a democracia, as questões de género, raça e classe”, acrescentando que “Refletir sobre estes temas é refletir sobre a nossa história, a nossa cultura e a nossa identidade e sobre vários aspetos importantes da transformação social e cultural que caraterizam a sociedade contemporânea”.
O Prémio Internacional é atribuído nas modalidades de Carreira, no valor de 1500 euros e Melhor Tese de Doutoramento em Estudos Culturais, atribuído a Sara Vidal Maia, com a tese “Relações de Poder e Identidade(s) de Género: A sociedade “matriarcal” de Ílhavo na década de 1950”. A temática abordada por Sara Vidal “aplica a crítica das estruturas do poder, do discurso e da identidade aos estudos dos media e ao seu papel na construção, disseminação e diferenças de género na sociedade portuguesa da segunda metade do século XX”.
Virgínia Quaresma, identidade que dá nome ao Prémio Internacional, é reconhecida como a primeira jornalista em Portugal, e foi ativista pelos direitos das mulheres em vários países, defendendo a igualdade na educação para meninos e meninas “como instrumento fundamental para a emancipação das mulheres”, explica a UA.
Fonte da foto: Comunidade Cultura e Arte
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