
Paulo Roberto, anestesiologista no Hospital de Gaia e doutorando de Biomedicina na Universidade de Aveiro, está a ultimar uma nova solução de recurso para doentes de Covid-19 que necessitem de sistemas invasivos de ventilação assistida.
Segundo o anestesiologista Paulo Roberto, o que está em causa nesta solução proposta é um novo conceito de circuito de ventilação, que pressupõe uma outra manga de conexão, não um novo aparelho de ventilação em si. Aqui pode perceber como tudo funciona.
Neste sentido, o médico iniciou um projeto de colaboração designado ‘Project Tube Connector’ na aplicação Slack, onde se tinha iniciado o ‘OpenAir’ que pretende desenhar e construir ventiladores com recurso a novas tecnologias e fazendo uso da disponibilidade de peritos e empresas de manufatura. Trata-se de um grupo que envolve especialistas em várias áreas: engenharia, biomedicina, design; e empresas envolvidas em impressão 3D e fabricação de plásticos e borrachas. No dia 16 de março, em colaboração local com Pedro Duarte Menezes, mestrando na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, conseguiu-se um protótipo funcional.
Duarte Almeida, Vitor Silva, Filipe Rego, Nuno Mateus e Tiago Moura são os elementos da equipa de engenheiros da Bosch Termotecnologia que contribuíram para este projeto construindo um equipamento de medição e registo de dados, especialmente desenvolvido para o efeito, utilizando material técnico e laboratórios já existentes na empresa. Com este contributo, a equipa tornou possível a realização de medições laboratoriais, com o objetivo de validar a viabilidade do conceito: adaptar um Ventilador Não Invasivo (VNI), de forma a poder ser usado em situações de emergência de forma invasiva.
Paulo Roberto afirma ter ficado “agradavelmente surpreendido com a previsibilidade, regularidade e fiabilidade dos resultados dos testes realizados na Bosch. O teste de resiliência por 24 horas teve resultado positivo e o ventilador é capaz de se manter eficiente em operação contínua por esse período, sem variações significativas.”
O médico e investigador tem vindo a estabelecer contactos com o Infarmed, representantes do Ministério da Saúde e a debater a solução com colegas médicos, de modo a ajustar o conceito às condições reais de aplicação.
Fonte foto: Universidade de Aveiro
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