Entrevista com Nuno Troia
Criou o Aveiro Night Runners, a São Silvestre, a Corrida dos Reis e a Neon Run, juntamente com o seu amigo e sócio Miguel Lopes. Este ano tem dois novos projetos em curso: a Meia Maratona da Ria de Aveiro e a Selfie Run.
Nuno Troia é personal trainer, professor e organizador de eventos desportivos. E é também o homem que pôs Aveiro a correr.
Fale-me um pouco sobre o seu percurso profissional. Como tudo começou?
Sou licenciado em Educação Física e Desporto e tenho o mestrado em Ciências do Desporto, na área da reabilitação.
Exerci funções enquanto professor no Instituto Politécnico de Viseu durante doze anos. Atualmente sou professor na Escola Mário Sacramento, onde dou aulas de educação física e sou Personal Trainer no ginásio Gim Tónico. Paralelamente tenho uma empresa de eventos desportivos com o meu sócio Miguel Lopes, que surgiu devido ao projeto Aveiro Night Runners.
Sob o ponto de vista desportivo, estive na Ovarense Aerosoles como preparador físico, e posteriormente no 1º de Agosto, na Seleção Angolana de Basquetebol e na Associação Desportiva de Vagos.
Fui Presidente da Seleção de Triatlo do Clube dos Galitos, juntamente com o Miguel Lopes. Foi uma dupla que considero de sucesso, uma vez que conseguimos revolucionar o desporto em Aveiro.
Porquê?
O Miguel acompanhou-me desde os Galitos, e a partir dessa altura estamos juntos em todos os projetos. Até agora têm sido todos de sucesso!
Como o caso do Aveiro Night Runners. Como surgiu o projeto?
O Aveiro Night Runners surgiu em 2013, a partir de uma brincadeira. Estava de férias no Algarve e queria regressar com um novo projeto. Decidi criar uma página no facebook. Falei com o Hugo Santos do Diário de Aveiro e contactei o Fórum de Aveiro, porque achei que seria o local com maior visibilidade. E assim surgiu o Night Runners.
Numa semana montámos o evento e até aos dias hoje tem sido um sucesso. Do meu ponto de vista, mudou o contexto do desporto em Aveiro.
Porque diz isso? O que considera que mudou?
As pessoas estão muito mais ativas. Quando praticávamos triatlo éramos “meia dúzia”. Depois do Aveiro Night Runners houve um impacto nas ruas, que se enchem de pessoas a correr a qualquer hora do dia.
E esse era o grande objetivo do projeto, incentivar a cultura desportiva?
Sem dúvida. O grande objetivo do Night Runners foi, acima de tudo, mobilizar pessoas para o desporto, para uma vida ativa. O corpo humano foi feito para estar ativo e não para estar passivo. O melhor investimento é na saúde e no desporto, o resto é conversa.
O Night Runners teve um grande impacto. Tinha noção que iríamos ter sucesso mas não sabia que seria tão rápido. Logo na primeira edição conseguimos ter 200 pessoas. Foi algo fantástico.
Numa edição tivemos cerca de 1000 pessoas. Foi num peditório para a Associação ACREDITAR. Paralelamente à vertente física, também temos a vertente solidária. O ano passado, entre a Neon Run e o Aveiro Night Runners foram doados 10 mil euros para associações de solidariedade.
Quem quiser ir treinar como pode fazê-lo?
O Aveiro Night Runners ocorre todos os sábados de forma gratuita, às 18h30, com saída no Mercado Manuel Firmino. Normalmente estamos no local a partir das 18h00 para um aquecimento prévio. Temos vários grupos de corrida com diferentes níveis: caminhada, caminhada mais rápida, pré-corrida, corrida mais lenta e uma mais rápida e longa. Sempre numa lógica de progressão. E isto tem resultado muito bem. Há cada vez menos gente a caminhar e mais gente a correr. Inicialmente era o contrário. Isso também se vê na adesão das pessoas à corrida nos dias de hoje. A corrida está na moda.
Como surgiu o projeto de levar grupos de pessoas a correr maratonas mundiais?
A maratona é uma prova mítica. Cada vez mais há pessoas que apostam nesses objetivos. À custa do Night Runners surgiu o projeto das maratonas, em que eu levo pessoas para fazerem maratonas comigo. Eu costumo dizer, “se queres mudar de vida, corre uma maratona”. Para correr uma maratona tem de haver uma disciplina, de descanso, manutenção, treino e trabalho.
Assistimos a gestores mundiais de grandes empresas a apostarem cada vez mais nas maratonas, porque é uma prova igual à vida real. Temos momentos bons e maus, mas é preciso saber superá-los para conseguir atingir um objetivo.
Quem quiser correr uma maratona internacional o que tem de fazer?
Primeiro tem de começar a treinar. São seis maratonas, Nova Iorque, Boston, Berlim, Londres, Chicago e Tóquio. Normalmente estão sempre esgotadas e, por isso, o ideal é ir a uma agência de viagens especializada para garantir o dorsal. A parti daí é estar motivado para a tarefa, porque uma pessoa motivada consegue tudo.
Em Aveiro surgiram eventos desportivos como a Corrida de São Silvestre e a Neon Run Portugal. Em que consistem este tipo de eventos e como surgiram?
A São Silvestre surgiu depois da Neon Run Portugal, no seguimento da Corrida dos Reis (o primeiro evento que organizámos e que decorreu no dia 4 de janeiro de 2014).
A corrida de S. Silvestre é uma prova mais emblemática. No primeiro ano tivemos cerca de 1000 participantes, e no ano passado conseguimos crescer para 1500 pessoas.
A Corrida dos Reis surgiu em 2014 e serviu de teste, por um lado, para a Neon Run, e por outro para ver como geríamos tudo isto.
Atualmente fazemos a Néon Run a nível nacional e tornámo-nos concorrentes diretos da Color Run. O evento consiste numa caminhada inclusiva, onde todos podem participar. Durante a caminhada, a cada 500 metros existe um ponto de diversão, num percurso de 4km.
Quais as cidades onde vão estar este ano?
Este ano vamos estar em Braga, Póvoa do Varzim, Santa Maria da Feira, Aveiro, Nazaré, Figueira da Foz, Fornos de Algodres (Guarda), Cascais, Lisboa, Almada, Setúbal, Portimão e no festival ‘Summerfest’.
Em Aveiro, por exemplo, o maior evento realizado na cidade foi a Neon Run no 27º aniversário da pizzarte, com 4500 pessoas nas ruas. Foi fantástico!
Este ano, no dia 14 de maio, integrado no programa das Festas da Princesa Santa Joana, vai acontecer a primeira Selfie Run, que surge na onda da Neon Run, só que orientada para o que nos dias de hoje está na moda: as selfies. Cada participante tem um selfie stick que o acompanhará durante o percurso, onde existirão diversos momentos de animação.
Este ano irá também acontecer a Meia Maratona da Ria de Aveiro. Em que consiste esta corrida?
A Meia Maratona da Ria de Aveiro é uma prova de 21km e 100m que vai decorrer no dia 25 de abril, às 10h30, com o apoio da Civilria, da Oliveira & Irmão, do Grupo Alboi, da Pizzarte e da Clínica de Medicina Dentária Adriano Carreira. Conta ainda com a Fabridoce e a INvisual como parceiros oficiais.
Terá uma prova de estafetas, subdividida em duas provas de 10km para equipas de duas pessoas.
Qual será o percurso?
O percurso será pelos pontos emblemáticos da cidade. Com partida e chegada no Cais da Fonte Nova, os participantes vão passar pelo Mercado Manuel Firmino, pela Ponte Praça, pela Sé de Aveiro, pela Universidade, pelas salinas, pelos canais da Ria, pelo Canal de São Roque e pela estação de comboios. É um percurso turístico, que contará com um ovo mole no final, da Fabridoce.
Quem quiser participar onde se pode inscrever?
A inscrição pode ser feita no site Lap2Go.com, ou presencialmente no Ginásio Gim Tónico ou na Pizzarte, até ao dia do evento. No entanto, quanto mais tarde o fizerem, mais caro fica.
Porque decidiu organizar esta corrida?
Porque me dá gozo mexer com o que está ao nosso redor. É importante para Aveiro esta corrida porque os eventos trazem visitantes à nossa cidade. Aveiro vive cada vez mais do turismo e isso mostra que está na moda. Temos que potenciar isso ao máximo. Como as corridas estão na moda, porque não conciliar com o turismo desportivo e fazer com que Aveiro tenha maiores receitas com este tipo de eventos?
É importante que as pessoas venham para a rua apoiar-nos. É importante esse incentivo.
O Nuno “veste” vários papéis, todos na área do desporto. Já foi preparador físico, é personal trainer, professor e organiza eventos desportivos. O que gostaria de fazer que ainda não tenha feito?
Uma das coisas que me daria gozo no futuro era ser comercial de uma empresa. Começar de baixo e depois poder liderar uma equipa de comerciais.
O grande obstáculo disto é que eu gosto de fazer o que faço, e o desporto sempre foi a minha paixão. Dá-me gozo!
Também tenho sorte porque todas as pessoas com quem trabalho enquanto Personal Trainer são as melhores, o que faz com que eu também seja o melhor.
Adoro trabalhar com todos os que estão comigo. Dá-me gozo acordar de manhã e poder treinar o Eng.º António Oliveira, uma pessoa espetacular a todos os níveis.
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