A portuguesa OLI, que lidera a produção ibérica de autoclismos, aposta em novas soluções de eficiência hídrica, entre as quais uma desenhada pelo arquitecto Siza Vieira, para crescer 15% em Espanha nos próximos cinco anos.
A OLI (Oliveira & Irmão), líder ibérica na produção de autoclismos, investiu cerca de 10 milhões de euros em inovação (I&D) nos últimos cinco anos, detendo actualmente 40 patentes activas. É a empresa portuguesa que mais pedidos de patentes apresentou no Instituto Europeu de Patentes nos últimos dois anos.
Exportadora de 80% da produção para cerca de 70 países, a OLI aposta nas suas últimas patentes de eficiência hídrica e no arquitecto Álvaro Siza Vieira, “para crescer 15% em Espanha até 2020”, um mercado que gera vendas de apenas meio milhão de euros. “Nos últimos cinco anos, a facturação neste mercado estagnou devido à crise da construção e do imobiliário em Espanha”, explicou ao Negócios fonte oficial da empresa.
A indústria liderada por António Oliveira acredita agora que “o investimento em inovação alavancará o seu crescimento na construção nova e na reabilitação urbana do país vizinho, em particular no sector da hotelaria e da restauração, em que o consumo de água e o design são factores determinantes”.
Para desenvolver este projecto de expansão “num dos mercados da construção mais competitivos da Europa”, a empresa de Aveiro criou uma nova direcção comercial para o país vizinho liderada por José Maria Vives, apostando na participação em mostras de referência.
E é já na primeira semana de Fevereiro que irá apresentar as suas novidades em Valência, na feira internacional Cevisama. No certame estarão em destaque a “Trumpet” desenhada por Álvaro Siza Vieira, Prémio Pritzker 1992, e o “OLI 120 Plus”, um novo autoclismo que, garante a OLI, vem “revolucionar o consumo de água e a ‘performance’ acústica do espaço de banho”.
A placa de comando “Trumpet” é inspirada no pistão de um trompete e recria o virtuosismo das artes. “Reúne design, funcionalidade e sustentabilidade ao utilizar o sistema de accionamento pneumático, uma fonte de energia limpa”, enfatiza a OLI.
O autoclismo “OLI 120 Plus”, resultado de cinco anos de investigação, integra as soluções patenteadas “Hidroboost” e “Azor Plus”. A OLI explica, em comunicado, que o “Hidroboost” é um sistema autossuficiente que gera e armazena a energia a partir da água que enche o depósito do autoclismo, dispensando a ligação à rede eléctrica ou a substituição de pilhas. Já o “Azor Plus” é uma torneira de bóia silenciosa e exclusiva de poupança de água com um sistema de abertura retardada.
Sediada em Aveiro, a OLI emprega 400 pessoas e fechou 2014 com uma facturação de 57 milhões de euros, 80% dos quais foram gerados em cerca de 70 países dos cinco continentes. Criada há 62 anos, é detida em 50% pelo grupo italiano Fondital e garante ser a única empresa portuguesa a produzir autoclismos interiores.
A fábrica trabalha ininterruptamente 24 horas por dia, sete dias por semana, e tem uma produção diária de cerca de 7.800 autoclismos e 28 mil mecanismos.
Rui Neves | ruineves@negocios.pt
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