
Universidade de Aveiro – Três figuras ímpares da arquitetura internacional distinguidas em Aveiro.
Na sessão que evocou o 38º aniversário da instituição de ensino superior, os conceituados arquitectos portugueses, Álvaro Siza Vieira, Alcino Soutinho e Eduardo Souto Moura, foram distinguidos com o doutoramento “Honoris Causa”. Esta cerimónia contou com as presenças do Primeiro-ministro Pedro Passos Coelho e o ministro da Educação Nuno Crato.
Foi no último mês de 2011 que os prestigiados arquitectos foram distinguidos pela Universidade de Aveiro e que aproveitaram o dia para reverem as suas obras. Estas três figuras do panorama internacional da arquitectura, que por sinal são portuguesas, deixaram uma marca incontornável que ficará incrustada na história da universidade e da cidade de Aveiro ao transformarem o Campus Universitário num ícone da arquitectura nacional.
O reitor, Manuel Assunção, conduziu os arquitectos pelo Campus universitário, que segundo o próprio, considera-o um autêntico “museu aberto” da arquitectura contemporânea portuguesa e que merece a visita de todos os “forasteiros”, sejam eles estudantes da área, turistas e até mesmo os aveirenses em geral, “queremos que o mundo inteiro conheça o Campus e possa aproveitar a criatividade dos arquitectos”. A Universidade é, actualmente, composta por 65 edifícios, projectados por mais de duas dezenas de conceituados arquitectos portugueses e cuja mestria é anualmente admirada por milhares de visitantes nacionais e estrangeiros.
A visita foi feita em forma de tertúlia, onde os arquitectos opinavam sobre as próprias obras, sobre a actual situação do sector e a forma como o mundo vê Portugal em termos arquitectónicos.
Souto Moura, vencedor do prestigiado prémio Pritzker 2011, figura em alto destaque no panorama internacional, afirmou que a Universidade de Aveiro é um “local cómodo” para os amantes da arquitectura, por ser um mostruário de obras assinadas por inúmeros profissionais de referência internacional. O Arquitecto foi o autor do Departamento de Geociências e confessa que continua a gostar do seu edifício embora “alterasse alguns pormenores técnicos”, porque actualmente existem sistemas mais sofisticados. Recordou o trabalho traçado no Campus há cerca de 20 anos, salientando a necessidade de também na Arquitetura haver adaptação aos tempos que correm. «Hoje a profissão de arquiteto é diferente, a maneira de projetar é diferente, temos de fazer mais com menos dinheiro, ao estilo low cost».
Álvaro Siza Vieira, também galardoado com o prémio Pritzker em 1992, tem duas das obras consideradas por muitos como das mais emblemáticas do Campus, a biblioteca e o depósito de água. Considera que o crescimento da cidade universitária, ao nível da sua construção e expansão, teve “um resultado bastante bom” e que o seu contributo foi “pequeno” face à dimensão de todo o universo da universidade, “o contributo por mim prestado, o desenho de um espaço aberto à aquisição de conhecimentos, à reflexão e ao convívio, é pequeno, ainda que influente, quando confrontado com o trabalho quotidiano de professores e estudantes”. Por fim, Alcino Soutinho, o autor dos Departamentos de Química e Engenharia Cerâmica e do Vidro, dignificou o modelo de construção da cidade universitária e o “espírito do monumento” patente nos edifícios que configuram fisicamente o Campus, “O monumento como um facto proeminente numa cidade, uma construção ou construções cuja história e os eventos atribuíram significados particulares e nos quais a colectividade se reconhece”.
Na sessão, os homenageados foram apresentados pelo antigo Reitor da Universidade de Aveiro, Professor Renato Araújo, padrinho dos doutorados, que proferiu perante o auditório que os “três investigadores que em diversos países e universidades ajudaram, com as suas ideias e desenhos, alunos e colegas a participar numa afirmação qualitativa do homem”. Já a intervenção do Primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, enfatizou a analogia dos mestres ao património e à cultura portuguesa “da mais erudita à mais popular, capazes de unir funcionalismo e beleza, numa linguagem pragmática e simples, mas bela. E lá fora, mostrando marcas distintivas da cultura do país, no traço e nas obras”.
Parabéns à Universidade de Aveiro pelo seu aniversário e pela homenagem que prestou à arquitectura nacional e ao património dos aveirenses, os Aveirenses agradecem! •
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