Nascida em Lisboa a 12 de abril de 2003, veio viver para Aveiro aos quatro anos de idade, quando deu os seus primeiros passos na dança no LPstudio. Com a certeza de quer seguir dança e fazer dela a sua vida, Mariana Vieira enveredou recentemente por profissionalizar-se nesta carreira. Vive e estuda no Porto e conta já com o 1º lugar no Escalão Sénior, Categoria de Solistas em Contemporâneo, no concurso internacional YAGP (Youth American Grand Prix).
O que te fez ir para a dança?
Comecei a dançar quando vim viver para Aveiro, aos quatro anos, no LPstudio. Na verdade, não sei muito bem porque fui para a dança, mas tenho uma vaga ideia de ser porque andava sempre a dançar por casa e a fazer espetáculos para a família.
Passaste por outras atividades extracurriculares? Na dança, fizeste o teu percurso em Aveiro sempre na LP Studio?
Simultaneamente com a dança, andava na natação, que para os meus pais é como uma disciplina na escola e sempre acharam muito importante, ainda por cima vivendo numa cidade rodeada de água. Andei também na música, até perceber que aquilo não era de todo para mim, e mais tarde acabei também por andar um tempo na ginástica rítmica. Mas estas duas últimas atividades não duraram muito.
Fiquei então durante a minha infância com a dança e com a natação. Iniciei com o contemporâneo com a professora Lara Pereira, e tinha aulas duas vezes por semana, eram sempre os meus dias preferidos. Aos 12 anos comecei a introduzir aulas de clássico com a professora Ana Cláudia Capela, também no LPstudio.
Desde que começaste a dançar, tens ideia em quantos espectáculos já participaste?
Não sei ao certo em quantos espectáculos participei, nem quando decidi que era isto que queria para o meu futuro, mas sei que foi mais ou menos por volta dos 12 anos que comecei a levar as coisas mais a sério. Inclusive passei a treinar mais horas por semana.
Durante o meu percurso pelo LP, tínhamos um espetáculo “grande” por ano e outro mais pequeno que era construído pelos alunos. Isso foi uma das coisas que a Lara sempre incutiu em nós: o gosto pela criação. E a juntar a isto muitas e muitas coisas, de que sou feita hoje como bailarina e pessoa. Ambas as professoras me abriram os horizontes e enriqueceram o quanto podiam a minha “bagagem”. Algo que muito lhes agradeço! Paralelamente ia fazendo alguns workshops e aulas extra, tudo o que podia.
Recentemente foste estudar para o Porto, para a EDD (Escola Domus Dança). Desde quando estás no Porto? Como está a ser a experiência?
Este ano letivo estou no Porto, a estudar numa escola de dança que é a Escola Domus Dança. Mudei porque pretendia seguir uma via mais profissionalizante e mais exigente, e de todas as opções foi a EDD, a escola que me pareceu corresponder melhor ao que pretendo. Apesar de não ser muito longe de Aveiro, devido à carga horária diária que tenho, decidi ficar a viver no Porto. Estou neste momento a viver com uma família bastante querida, o que facilita imenso o meu processo de adaptação.
Como é a rotina de uma bailarina? Como concilias com a escola regular?
Ao mesmo tempo estou a fazer o ensino secundário regular, num curso de ciências com
biologia. Logo, acabo por ter um horário bastante preenchido, porque tenho o mesmo número de aulas do que qualquer outro estudante da área de ciências, e adicionalmente em média mais cinco a seis horas de aulas de dança por dia, seis dias por semana. Um dos grandes desafios deste ano letivo, é conciliar os estudos com a dança, porque apesar de tudo pretendo ter um bom aproveitamento na escola (como plano b).
“PARA O MEU FUTURO DE UMA COISA TENHO A CERTEZA, QUE QUERO SEGUIR DANÇA.”
Quais os maiores desafios de uma bailarina?
Aproveito todo o tempo, incluindo intervalos, para dar uma olhadela aos livros, o que acaba por colocar a minha vida social um pouco de parte. Mas não me posso queixar disso, porque não dá para fazer tudo, e aprendi a definir as minhas prioridades, tendo em conta o que pretendo fazer no futuro.
No geral estou a gostar deste ano letivo, é bastante desafiador e ao mesmo tempo, para além de estar a evoluir como
bailarina, está a mostrar-me a realidade do mundo lá fora em que é preciso trabalhar muito, com muita dedicação e gerindo bem o nosso tempo. Comecei também nesta altura a ter um cuidado adicional com a alimentação, uma vez que na dança, a nossa ferramenta é o corpo.
Como foi ganhar o 1º prémio no Youth America Grand Prix 2019 (senior age division; contemporary category)…
Recentemente, participei num concurso internacional YAGP (Youth American Grand Prix), fui às semifinais em Itália(Cattolica) e fiquei em 1.º lugar no Escalão Sénior, Categoria de Solistas em Contemporâneo. Enquanto conjunto, fiquei com a escola no TOP 12 Ensemble Contemporâneo. Foi uma experiência excelente, na qual também pude ter aulas com muitos professores diferentes.
O que sentes quando danças? O que significa para ti pisar o palco?
Para mim “pisar o palco” num espetáculo é uma sensação incrível, transmitir emoção e sentimento para o público através daquilo que mais gosto de fazer, é sem dúvida inexplicável. É arte!
Alguma superstição antes de pisar o palco?
Não sou muito de superstições, simplesmente gosto de me sentir confiante antes de entrar em palco, segura daquilo que vou fazer, para depois no momento poder desfrutar ao máximo (“let it flow”).
Qual o palco de sonho para ti? E companhia de bailado ou escola de sonho?
Não sonho com uma companhia em específico, ou algum palco de sonho, não tenho nem quero ter essa especificidade. Ao mesmo tempo estou a fazer o ensino secundário regular, num curso de ciências com biologia. Hoje em dia há bastante oferta, principalmente lá fora, o mundo da dança não é assim tão pequeno como muita gente pensa, também há muito boas referências ou personalidades que considero boas influências.
Tens uma bailarina de referência, um ídolo?
Não destaco um ídolo, porque acho que é uma questão de gosto, de apreciar ou não o trabalho de outros artistas. No entanto, posso dizer que o meu ídolo de infância é alguém por quem hoje em dia continuo a ter um carinho muito especial: a minha primeira professora de dança, que me acompanhou sempre e acompanha durante todo este caminho – Lara Pereira.
Quais as tuas metas para o futuro? Fazer carreira na dança?
Para o meu futuro de uma coisa tenho a certeza, que quero seguir dança, e fazer disto a minha vida. Sem dúvida vou estar sempre com o horizonte aberto, em busca de audições, projetos, agarrar todas as oportunidades que me pareçam pertinentes, e que me façam crescer e ser sempre melhor. E sei que pode parecer cliché, mas sou da opinião que devemos fazer aquilo que gostamos porque é meio caminho andado para termos sucesso. E é para isso que trabalho!
Fonte da Foto: imagens cedidas por Mariana Vieira | Edição nº1 Abril 2019
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