O Festival dos Canais decorreu ao ar livre por vários pontos da cidade de Aveiro. Foram cinco dias para ver e ouvir música, espetáculos de teatro e de dança, participar em workshops ou fazer parte de uma performance. Um vasto programa artístico do qual fizeram parte mais de 60 atividades, com artistas dos quatro cantos do mundo.
A primeira edição do Festival dos Canais deu cor e vida à cidade de Aveiro. O evento, que decorreu entre os dias 13 e 17 de julho, ofereceu uma variada programação cultural e desportiva, dirigida a todos os públicos e ao longo dos canais urbanos. Do Cais da Fonte Nova ao Rossio decorreram artes de rua, workshops, concertos, teatro, oficinas criativas, atividades desportivas e de lazer.
Deolinda abriu o programa dos concertos e Dengaz fechou o cartaz. Pelo meio, nomes como Gisela João, Marta Ren & The Groovelvets e Aurea, foram algumas das propostas musicais que animaram o palco principal. Mas nem só de música se fez este festival. Outras atividades preencheram o programa, como o desfile de objetos cenográficos em moliceiros; uma visita orientada por Rui Afonso Santos – historiador em design e arquitetura – pelos edifícios de influência de Arte Nova e Art-Deco que pontuam as ruas da cidade; um encontro de artesanato tradicional; ou a oportunidade de assistir a uma performance de dança e mimo, inspirada pela ideia de que tudo está em constante movimento.
O Festival dos Canais deu também destaque ao desporto e às atividades de lazer. Houve a oportunidade de vivênciar a prática do remo e da canoagem; ou de participar num jogo de basquetebol de rua, que pertendeu promover a realização de jogos entre equipas sem um esquema competitivo associado.
Para os mais aventureiros, decorreu uma exibição de “Bike Trial”, uma modalidade difundida mundialmente nas camadas mais jovens, e que consiste numa combinação simples de bicicleta, perícia e muita coragem. Os participantes tiveram como desafio ultrapassar um circuito composto por obstáculos, sem apoiar os pés no chão. No final da sessão, os atletas realizaram uma exibição da modalidade, em que usaram os moliceiros como palco. E como a ria foi também um dos palcos deste festival, os Aveirenses puderam experimentar o “Stand Up Paddle”, um desporto aquático, variante do surf, no qual o praticante, em pé numa prancha, usa um remo para se mover através da água. O Canal do Paraíso e o Cais da Fonte Nova, com as suas águas calmas, foram os locais ideais para a iniciação desta modalidade.
Em terra, o “Parkour” – prática em que participantes se movem de um ponto para o outro com rapidez e eficácia, ao usar todas as capacidades motrizes do corpo – também marcou presença no festival. Esta atividade surpreendeu quem passou pelo Rossio, onde foi criado um espaço com obstáculos.
A música ouviu-se por entre as ruas e os canais da ria. Para além de um workshop aberto a todas as idades, existiu também o “Música na Cidade” – onde um conjunto de músicos circularam pelas ruas e convidaram os transeuntes a entrarem num concerto improvisado e bem divertido. Numa viagem de moliceiro, num percurso de visita pela cidade ou numa ida habitual ao café, houve quem fosse surpreendido pelos quatro músicos, acompanhados por intrumentos tradicionais.
Espaços pouco comuns como a Igreja das Carmelitas, a Capela de São Gonçalinho ou a emblemática escadaria do Edifício Fernando Távora foram escolhidos para alguns concertos. A escadaria – que teve como pano de fundo os edifícios de Arte Nova, o Canal Central e os Moliceiros (símbolos da cidade de Aveiro) – foi o palco que deu voz aos artistas da cidade. Atuaram Hallelu’Jah, grupo de reggae Aveirense, Moonshiners, banda ritmada pelo blues e pelo rock, Rui Oliveira e Ricardo Fino, artistas influênciados pela música tradicional portuguesa e pelo fado, e o agrupamento multidisciplinar Big Band, do Conservatório de Música de Aveiro da Calouste Gulbenkian.
O Festival dos Canais recebeu ainda um convidado muito especial: um esqueleto de cinco metros de altura, que irrompeu pelas ruas e transformou o conceito de música ao vivo. Com os seus intrumentos, seis músicos moveram o esqueleto, numa performance intitulada “The Dance of Death”.
No último dia do festival pretendeu-se proporcionar um domingo diferente. Mantas no chão, workshops abertos para crianças e adultos, animação, concertos, jogos tradicionais e de faz-de-conta invadiram os jardins do Cais da Fonte Nova e convidaram o público a almoçar ou a lanchar em piquenique, enquanto usufruiam das diversas atividades.
O Festival dos Canais, iniciativa do Município de Aveiro, teve como intuito convidar a cidade a celebrar o seu presente, a valorizar a sua forte identidade, o seu património natural e a sua paisagem única. “Atingimos os objetivos propostos e, em alguns casos, superámos as nossas melhores expectativas, com um registo diferenciador, que claramente foi do agrado das pessoas”, revela Ribau Esteves, Presidente da Câmara Municipal de Aveiro.
Com uma proposta programática multidisciplinar e abrangente, o festival cruzou diferentes manifestações artísticas, culturais, desportivas e de lazer, com o seu património material e imaterial, numa perspetiva de fruição da cidade e de construção de novas perspetivas e usos do território. De acordo com Ribau Esteves, durante estes cinco dias, o ambiente foi de alegria e de bem-estar. “Queremos elevar estes sentimentos em edições futuras e vamos trabalhar desde já para reforçar e melhorar as ações, tirando boas ilações do trabalho realizado”. E acrescenta, “a edição de 2017 já está a ser organizada. Podemos esperar um festival fiel ao seu conceito e aos seus objetivos estratégicos. Maior e melhor pelo espaço de crescimento que vai percorrer a cada ano”.
Fonte das imagens: Edição nº53 Agosto 2015
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